Informação sobre artrite, causas, sintomas e tratamento da artrite, identificando o diagnóstico da artrite reumatóide, degenerativa, psoriásica,  gotosa, piogênica e outras, com dicas para que os pacientes possa usufruir de uma melhor qualidade de vida.


domingo, 16 de setembro de 2012

Tratamento da artrite reumatóide

Embora não exista atualmente cura definitiva nem tratamento que reverta a deterioração iniciada pela doença, um acompanhamento rigoroso do tratamento adequado permite diminuir as fases ativas, retardar a evolução dos sintomas e manter uma boa qualidade de vida. Existem opções de tratamento farmacológicas e não farmacológicas.


Farmacológicas

Existem atualmente diversos medicamentos capazes de controlar os sintomas que aparecem durante os períodos ativos da Artrite Reumatóide e outros capazes de modificar o curso da doença. 
Para controlar a dor e a inflamação, utilizam-se os chamados AINEs (anti-inflamatórios não esteróides). Entre estes, os preferidos são os de última geração, conhecidos como inibidores da COX-2, que, além de possuir ação analgésica rápida e eficaz, apresentam tolerabilidade gastrintestinal muito boa, o que ajuda a evitar as complicações que os AINEs tradicionais comumente provocam durante os tratamentos prolongados (gastrite, úlcera). 
Em combinação com estes medicamentos, o reumatologista pode, conforme o caso, acrescentar algum dos medicamentos que atuam tentando modificar o curso da doença: os sais de ouro, o metotrexato, a hidrocloroquina, a sulfasalazina, a penicilina-D e os corticosteróides. Estes medicamentos devem ser muito bem controlados em razão dos seus efeitos adversos.


Não farmacológicas

Uma combinação equilibrada de repouso e exercícios adequados, além de alimentação saudável e fisioterapia, constitui o tripé sobre o qual repousa o tratamento não farmacológico da artrite reumatóide, que deve ser mantido por todo o curso da doença, tanto durante as fases ativas como durante os períodos
sem manifestações.
  • Repouso:  recomenda-se 8 horas diárias de sono, períodos de descanso entre as atividades para evitar o esgotamento e repouso absoluto exclusivamente durante as fases agudas da doença.
  • Exercícios: um programa individualizado de exercícios leves que mantenham a flexibilidade articular evita a rigidez e ajuda a controlar o quadro inflamatório.
  • Fisioterapia:  o especialista define a necessidade de incluir técnicas fisioterápicas, como a aplicação de calor nas articulações afetadas ou a utilização, em fases avançadas da doença, de dispositivos mecânicos que alinham as articulações.
  • Alimentação:  recomenda-se dieta rica em verduras, frutas e laticínios, que assegure a incorporação de cálcio e vitaminas C, D e E. O sucesso do tratamento depende do diagnóstico precoce da doença e de um tratamento intensivo antes que haja deterioração funcional ou dano irreversível das articulações.

Artrite reumatóide

Artrite reumatóide é a forma mais comum de artrite inflamatória. Afeta 1% da população, especialmente as mulheres (em uma proporção de 3:1 em relação aos homens), e os primeiros sintomas manifestam-se principalmente entre os 25 e 50 anos de idade, embora possam aparecer em qualquer idade. A artrite reumatóide inicia-se, na maioria dos casos, com uma série de sintomas como fadiga, dores musculares em todo o corpo, debilidade geral e perda de apetite. Posteriormente, aparecem a dor, a inflamação, a sensibilidade e a rigidez das articulações afetadas – inicialmente as articulações afetadas limitam-se às menores (das mãos, dos punhos e dos tornozelos), embora o processo possa se estender a outras articulações subsequentemente. Em fases avançadas da doença, dá-se início à destruição da cartilagem e ao desgaste ósseo, que provocam as deformações características dos ossos. 
Além disso, em um número limitado de pessoas, a doença pode provocar inflamação de outros órgãos, como os pulmões, o coração, os vasos sanguíneos ou as glândulas lacrimais e salivares. Esta pluralidade de sintomas se deve ao mau funcionamento do sistema imunológico. A evolução da doença varia muito de uma pessoa para outra, mas, em geral, este processo ocorre de forma intermitente, com fases ativas de dor e inflamação articulares, seguidas por períodos sem nenhuma manifestação, em que todos os sintomas desaparecem. Apenas em uma proporção mínima de pacientes a doença aparece repentinamente e avança sem interrupções, provocando a imobilidade das articulações afetadas.

Sintomas da Artrite Reumatoide

A Artrite Reumatoide pode iniciar com apenas uma ou poucas articulações inchadas, quentes e dolorosas (artrite ou sinovite), geralmente acompanhada de rigidez para movimentá-las principalmente pela manhã e que pode durar horas até melhorar.
Artrite corresponde à inflamação de algum dos componentes da estrutura articular (cartilagem articular, osso subcondral ou membrana sinovial).
Sinovite é a inflamação da membrana sinovial (que recobre a cápsula articular – que envolve a articulação – por dentro), e, geralmente, manifesta-se por vermelhidão, inchaço, calor, dificuldade de movimento e dor. O cansaço (fadiga) também é uma manifestação frequente.
O quadro clínico mais visto é caracterizado por artrite nos dois lados do corpo, principalmente nas mãos, nos punhos e pés, que vai evoluindo para articulações maiores e mais centrais como cotovelos, ombros, tornozelos, joelhos e quadris.
As mãos são acometidas em praticamente todos os pacientes. A evolução é progressiva sem tratamento adequado, e determinando desvios e deformidades decorrentes do afrouxamento ou da ruptura dos tendões e das erosões articulares. A Artrite Reumatoide pode levar a alterações em todas as estruturas das articulações, como ossos, cartilagens, cápsula articular, tendões, ligamentos e músculos que são os responsáveis pelo movimento articular. Dentre os achados tardios da Artrite Reumatoide e que levam à incapacidade física para as atividades do dia a dia.

Causas da Artrite Reumatóide

O aparecimento da Artrite Reumatóide decorre de vários fatores, os quais incluem predisposição genética, exposição a fatores ambientais e possivelmente infecções. A causa mais importante é a tendência genética, e acreditase que alguns genes possam interagir com os outros fatores causais da doença. Apesar desse conhecimento, sabe-se que alguns pacientes com a doença não apresentam estes genes e a presença destes genes não significa que a doença irá sempre aparecer. Além dos fatores genéticos, inúmeros vírus e bactérias foram investigados como sendo possíveis causadores da doença, o que não foi confirmado até o momento. Infecções periodontais podem predispor ao aparecimento da doença, ainda que estes novos conhecimentos precisem ser confirmados. Ainda em relação à causa, é sabido que pessoas que fumam têm grande risco de desenvolver a doença, a qual pode mesmo ocorrer com fumantes passivos.
Outros fatores de exposição ambiental como os poluentes do tipo sílica também podem predispor à doença. Fatores hormonais também estão relacionados com Artrite Reumatoide e isto justifica o fato de a doença ocorrer três vezes mais em mulheres e apresentar melhora clínica no período da gestação.


Complicações da artrite reumatóide

A artrite reumatóide pode causar perda de apetite, perda de peso, cansaço, dores musculares e nódulos por baixo da pele. Também pode causar problemas de visão, anemia (carência de ferro no sangue) e vasculite (inflamação dos vasos sanguíneos). Alguns tratamentos para a artrite têm efeitos secundários que podem causar outros problemas. Os medicamentos anti-inflamatórios não esteróides podem danificar o estômago e o sistema digestivo e também estão associados a problemas de rins em algumas pessoas. Os corticosteróides podem causar uma redução na densidade óssea (osteoporose), aumentando o risco de fracturas e podendo levar ao desenvolvimento de zona, cataratas e diabetes. A longo prazo, a artrite pode provocar mais dor, perda de mobilidade e por vezes dificultar ou até mesmo impedir o andar.

Tratamento de artrite degenerativa

Se a artrite degenerativa for ligeira ou moderada, poderá não necessitar de tratamento. No entanto, existem vários medicamentos, tratamentos e dispositivos que podem facilitar a vida das pessoas com artrite degenerativa. Muitas pessoas tomam analgésicos para a artrite degenerativa. Se o paracetamol e géis analgésicos não conseguirem controlar a sua dor, o médico de família poderá receitar analgésicos mais fortes, como o co-codamol ou o co-didramol. Também poderá levar injecções intra-articulares, com as quais se injecta o medicamento que reduz o inchaço e a dor na articulação. O seu médico de família também poderá receitar compressas especiais frias ou quentes para as articulações. A estimulação eléctrica nervosa transcutânea é um tipo de fisioterapia para a artrite degenerativa que alivia a dor e os sintomas. Funciona entorpecendo as pontas dos nervos da espinal medula que controlam a dor, para que deixe de a sentir. Se tiver dificuldade em movimentar-se para efectuar as tarefas diárias, existem muitos dispositivos que podem ajudar, como calçado ou solas especiais, auxiliares de marcha e adaptadores para torneiras. 
A cirurgia para a artrite degenerativa é necessária em poucos casos. Poderá ter de o fazer no caso de os outros tratamentos não serem eficazes, ou se uma das articulações estiver bastante danificada. Existem vários tipos de cirurgia para a artrite degenerativa. Poderá ser operado para alisar as superfícies das articulações, ou para restaurar a cartilagem (artroscopia), ou ainda para substituir toda a articulação (artroplastia) ou executar uma fusão óssea (artródese). A artroplastia é efectuada mais frequentemente para substituir a anca e o joelho. O cirurgião retira a articulação afectada e substitui-a por uma artificial, feita de plásticos especiais e metal (próteses). Se não puder fazer uma artroplastia, o cirurgião poderá sugerir uma artródese, que fusa o osso numa posição permanente. Isto significa que a articulação ficará mais forte e muito menos dolorosa, embora não a possa mais mexer.

Diagnóstico de artrite degenerativa

Consulte o seu médico de família se achar que pode ter artrite degenerativa. Vão-lhe perguntar sobre os seus sintomas e executar um exame às articulações e aos músculos. Para confirmar o diagnóstico de artrite degenerativa, poderá precisar de fazer um raio-X às articulações afectadas. O raio-X utiliza radiação de energia alta para produzir uma imagem do interior do corpo, e pode mostrar até que ponto a sua doença está avançada. O raio-X pode mostrar a perda ou danos na cartilagem, danos nos ossos e osteófitos (formações ósseas causadas pela artrite degenerativa). No entanto, o raio-X poderá não conseguir mostrar a artrite degenerativa nas suas fases iniciais. Se o seu médico de família achar que os sintomas se devem a uma forma diferente de artrite, como a artrite reumatóide, também necessitará de fazer análises ao sangue.

Causas de Artrite degenerativa

A Artrite degenerativa ocorre quando a cartilagem, que permite o movimento suave das articulações, fica gasta e irregular, causando rigidez e dores na articulação afectada. A causa exacta da osteoartrite não é totalmente entendida, embora vários factores possam contribuir para o desenvolvimento desta doença. Por exemplo, a Artrite degenerativa é comum em pessoas com mais de 50 anos, e torna-se mais comum com a idade. Um tipo de Artrite degenerativa também pode ser genético. Este tipo tende a afectar as mãos, sobretudo em mulheres após a menopausa. A maioria dos outros tipos de osteoartrite não é genético, embora algumas pessoas sejam naturalmente mais susceptíveis à doença. As pesquisas feitas à Artrite degenerativa mostram que a obesidade exerce uma pressão adicional sobre as articulações, sobretudo nos joelhos e nas ancas. A Artrite degenerativa também pode ser pior em pessoas obesas. A Artrite degenerativa pode desenvolver-se numa articulação que tenha sido danificada por uma lesão, por uma operação ou por outros problemas.

Sintomas da Artrite degenerativa

Os principais sintomas da Artrite degenerativa são rigidez, dor e dificuldade em movimentar as articulações afectadas. No entanto, poderá até não sentir qualquer sintoma. Poderá ter sintomas de osteoartrite em várias articulações ou apenas numa ou duas. Também é possível que os sintomas da Artrite degenerativa sejam intermitentes. Outros sintomas podem incluir o aumento do volume articular, capacidade de movimentação limitada (se as articulações da anca ou do joelho estiverem afectadas) e inflamação (inchaço) nas articulações afectadas. Se tiver Artrite degenerativa, poderá sentir as articulações inflamadas (inchadas). Isto é um sintoma comum, mas deve consultar o seu médico de família se alguma das articulações ficar demasiado inchada ou dilatada, pois poderá dever-se a outra forma de artrite. Tem uma maior probabilidade de desenvolver osteoartrite nas articulações das ancas, dos joelhos, da zona lombar da coluna e das mãos (sobretudo as articulações dos dedos).

Artrite degenerativa

A osteoartrite ou artrose é uma doença que afecta articulações como as ancas, os joelhos e a coluna. Também é conhecida como artrite degenerativa. A artrite degenerativa ocorre quanto a cartilagem das articulações fica danificada e gasta, causando rigidez, dores e perda de movimentos na articulação afectada. Normalmente a artrite degenerativa afecta as pessoas com mais de 50 anos, sendo mais comum nas mulheres do que nos homens. No entanto, os mais jovens também podem ser afectados, em alguns casos como resultado de lesões ou outros problemas nas articulações. Dizer que a artrite degenerativa é sempre crítica e debilitante é uma ideia errada comum. Muitas pessoas mais velhas que têm este problema apenas sentem sintomas ligeiros que não pioram. No entanto, em alguns casos, a osteoartrite pode ser mais grave, sobretudo se uma ou duas articulações estiverem bastante afectadas. Não há cura para a artrite degenerativa, mas os sintomas podem ser aliviados com alguns tratamentos.

Artrite piogênica

Define-se a artrite séptica, ou artrite piogênica, ou ainda, pioartrite como um processo infeccioso articular causado por microrganismos produtores de pus. A doença pode ocorrer em qualquer faixa etária, mas é encontrada principalmente nos recém-nascidos e nas crianças entre 2 e 3 anos. As infecções supurativas dos ossos e articulações não são comuns, mas são importantes, devido seu potencial de causar incapacidade permanente.
Um prognóstico favorável depende de um diagnóstico precoce, da definição etiológica precisa, e do início da terapêutica adequado. Na etiopatogênia, os Staphylococus aureus e Neisseria gonorrhoeae, bactérias responsáveis pela grande maioria das artrites piogênicas, são agentes etiológicos encontrados universalmente, e a última acomete uma faixa etária intermediária. Os estafilococos estão presentes nas artrites infecciosas de todas as idades, sendo as bactérias mais frequentemente isoladas em crianças e idosos. Vários fatores favorecem a etiologia estafilocócica, entre os quais: cirurgias ortopédicas, estado de imunodepressão, como a diabete mellitus, as doenças malignas ou o uso de drogas imunosupressoras, colocação de cateteres endovenosos. Estreptococos (Streptococus pyogenes, Streptococus pneumoniae) e bactérias gram-negativas (Escherichia coli, Salmonella, Enterbacter, Klebsiella) estão geralmente asssociadas a enfermidades debilitantes, neoplasias malignas, em toxicômanos, nos pacientes em tratamento hemodiálico e também, frequentemente, em recém-nascidos. Nas crianças com mais de 2 meses de idade e até 2 primeiros anos de vida, ou ainda, conforme Sucupira (2000) crianças com idade entre 1 mês e 3 anos, há particularmente predominância das artrites provocadas pelo Hemophilus influenzae.
O início geralmente é abrupto, com febre alta. A articulação acometida apresenta-se em flexão moderada com espasmos musculares de proteção. A movimentação quer passiva, quer ativa é extremamente dolorosa e não é incomum o achado de pseudoparalisias. Quando a articulação atingida se situa em membros inferiores, a criança anda com dificuldade ou se recusa a andar.
sábado, 15 de setembro de 2012

Artrite gotosa

A artrite gotosa continua sendo pouco diagnosticada, apesar de afetar cerca de 1% da população adulta e 6% a 7% dos homens idosos. A impressão inicial de sua associação com glutões ou com alimentação abastada e coberta de vinhos, próprias de ricas famílias e nobres senhores (doença dos reis), da idade média, contribuiu para afastá-la de seu devido lugar.
A gota é intensamente dolorosa e potencialmente incapacitante. Os sinais e sintomas da gota são quase sempre agudos, repentinos, geralmente noturnos e sem nenhum aviso. Episódios de intensa dor e aumento de volume de uma única articulação (em geral, do grande artelho) são causados por excesso de ácido úrico no organismo e de depósitos de cristais de urato de sódio. Níveis de ácido úrico, um produto normal e final de degradação protéica está aumentado ou os rins estão insuficientes em sua eliminação.
Com o tempo os níveis de ácido úrico aumentados podem depositar-se como cristais de urato monossódico nos tecidos periarticulares, os quais atraem leucócitos (em particular, polimorfonucleares neutrofílicos) e desencadeiam os ataques gotosos.
Muitos tipos de artrites podem mimetizar gota e, por isso, o diagnóstico correto é fundamental. Suspeitamos de gota quando um paciente apresenta uma súbita e dolorosa inflamação articular, seguida por períodos indolores entre estas crises.
O fluido obtido de uma articulação comprometida é examinado para determinar a presença de cristais de urato em forma de agulhas e de birrefringência negativa forte. Estes cristais podem ser encontrados em depósitos abaixo da pele em casos avançados de gota. Esta doença está fortemente associada a obesidade, hipertensão arterial, hiperlipidemia e diabetes, constituindo uma síndrome de desequilíbrio metabólico.
Muitas vezes está associada com doença renal e coronariopatias, entre outras manifestações cardíacas. O ácido úrico também pode depositar-se no trato urinário, determinando o aparecimento de cálculos renais.
Tratamentos são realizados para controlar a maioria dos casos, embora devam ser individualizados para cada caso de gotoso primário ou secundário. Colchicina e antiinflamatórios não hormonais podem ser prescritos. Na crise aguda e em pacientes que não podem receber fármacos antiinflamatórios, corticosteróides podem ser utilizados por via oral ou parenteral, ou intra-articulares. Repouso e compressas geladas podem auxiliar no controle da dor.
Mudanças no estilo de vida, diminuição do consumo de álcool, gradual perda de peso e evitar certos alimentos podem ajudar muito na prevenção de futuros ataques.

Doenças que podem estar associadas à artrite psoriásica

O paciente com artrite psoriásica têm maior risco de apresentar hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo 2, obesidade e distúrbios dos lipídios (colesterol e triglicerídeos). Todas estas alterações aumentam o risco de doenças cardíacas e vasculares (infarto e derrame).

Tratamento da artrite psoriásica

A artrite psoriásica sem tratamento pode evoluir para deformidades irreversíveis. A escolha do tratamento dependerá das estruturas acometidas em cada paciente. Deve-se avaliar a presença de acometimento articular axial (coluna vertebral) e periférico (articulações de braços e pernas), além da presença de dactilites, entesites e lesões nas unhas. O tratamento convencional é feito inicialmente pelo uso de anti-inflamatórios não-hormonais e drogas remissivas de doença (como o metotrexato, a sulfassalazina, a leflunomida e a ciclosporina). Nos casos em que não há melhora com ao tratamento convencional e nos casos moderados a graves, o uso dos agentes biológicos pode ser necessário. Atualmente, os agentes biológicos liberados para o uso no tratamento da artrite psoriásica são o infliximabe, o etanercepte, o adalimumabe e o golimumabe.
É esperado que todos os pacientes tenham a progressão do dano articular prevenida. Mas muitos precisam de tratamento cirúrgico para reposição de juntas. Aproximadamente 7% dos pacientes precisam de tratamento cirúrgico para correção de alguma articulação após 13 anos de doença. Essas correções incluem as articulações do quadril, do joelho e das pequenas juntas das mãos e pés, principalmente nas formas que costumam causar deformidades.


Sintomas da artrite psoriásica

Existem cinco formas de apresentação da artrite psoriásica:
  1. Forma oligoarticular (envolvimento de poucas articulações inflamadas) – Atinge menos que cinco juntas, particularmente grandes articulações, como joelhos, tornozelos e unhas, podendo envolver também pequenas articulações das mãos e pés. Esta é a forma de inicio mais comum.
  2. Forma poliarticular, ou seja, de muitas juntas inflamadas ao mesmo tempo; assemelha-se a outro tipo de reumatismo, chamado artrite reuma toide. Pode evoluir com deformidades articulares. Envolve mãos, pés, joelhos e tornozelos.
  3. Acometimento das articulações distais dos dedos das mãos (as que estão próximas às unhas, que frequentemente também estão acometidas).
  4. Forma mutilante, como o nome está dizendo, provoca grandes destruições nas juntas, principalmente mãos e pés.
  5. Envolvimento preferencial da coluna - é a forma mais rara, mas provoca dor constante na coluna vertebral, evoluindo com limitações físicas.

Causas da artrite psoriásica

A causa da artrite psoriásica, bem como a da psoríase, não é ainda conhecida. Sabe-se que não é de natureza infecciosa, não sendo portanto uma doença contagiosa.
Considera-se que existem factores genéticos, imunológicos e ambientais que contribuem para o aparecimento desta doença.

Artrite psoriásica

A palavra psora, do grego, significa prurido, coceira, sintoma frequente em pacientes que possuem doença cutânea. A psoríase caracteriza-se pelo aparecimento de lesões avermelhadas, escamosas, que acometem principalmente joelhos, cotovelos e couro cabeludo. Entretanto, estas lesões podem surgir em qualquer parte do corpo. A primeira descrição de psoríase foi feita no final do século 18, mas acredita-se que Galeno (129-200 d.C.), médico e filósofo romano, já o havia feito anteriormente.
Enquanto a psoríase é uma doença de pele que afeta 2% da população no mundo todo, a artrite psoriásica (que une manifestações cutâneas e articulares) ocorre em cerca de 10% dos pacientes com psoríase. A artrite psoriásica ocorre em igual porcentagem em homens e mulheres, a maioria já na vida adulta. Geralmente o acometimento da pele precede ou acompanha o articular e suas gravidades não estão relacionadas. Raras vezes há manifestações nas juntas antes de haverem na pele. E quase 90% dos pacientes com psoríase nunca desenvolvem doença articular. Exceção importante faz-se aos pacientes psoriásicos que apresentam deformidades nas unhas. Estes têm tendência maior ao desenvolvimento de artrite psoriásica.


Tratamento da artrite

Quanto mais cedo consultar um médico, melhores serão os resultados do seu tratamento. Existem vários tipos de medicamentos receitados para ajudar os indivíduos com artrite. Os analgésicos, como o paracetamol, ajudam a aliviar a dor. Os medicamentos anti-inflamatórios não esteróides, como o ibuprofeno, ajudam a diminuir a inflamação. Mas se forem tomados em doses elevadas durante muito tempo, podem causar problemas digestivos. Os medicamentos anti-reumáticos modificadores da doença ajudam a estagnar o progresso da artrite reumatóide. Em casos graves, poderá ter de efectuar uma operação de substituição da articulação (artroplastia) ou de reposicionamento dos ossos, se estes saírem do lugar (osteotomia). Também há muitas terapias disponíveis para tratar a artrite, como massagem, hidroterapia (exercício em água morna e de pouca profundidade) e acupunctura (inserção de finas agulhas em locais específicos da pele). No entanto, nem todos tiveram a sua eficácia comprovada clinicamente.